O EQUILÍBRIO ENTRE O ÁCIDO E O ALCALINO
Todos os alimentos provocam uma reação acidificante ou alcalinizante
em nosso organismo. Uma alimentação equilibrada à base de vitaminas e
sais minerais garante a alcalinidade de nosso sangue. Consumir alimentos
em quantidade maior, que produzam uma reação alcalina em nosso
organismo, é um dos segredos fundamentais na manutenção da vida. Por
isso, frutas, verduras, legumes e, de preferência, cruas são mais
saudáveis. O segredo da vida está em manter o equilíbrio entre o ácido e
o alcalino.
O corpo vivo é sempre ligeiramente alcalino, e se os
tecidos se tornam ácidos, ainda que levemente, sobrevem a morte. O
excesso de ácido põe em perigo a saúde e a vida. Todos os resíduos do
corpo são ácidos que devem ser eliminados sem demora.
Há equilíbrio
ácido-básico quando a acidez do sangue está equilibrada, isto é, 7,4 por
termo médio. O pH estará em ótimas condições quando houver uma boa
função dos órgãos da pele, rins e intestinos e houver uma alimentação
equilibrada em alimentos acidificantes e basificantes. Os sais minerais
são os responsáveis pelas modificações do pH, isto é, funcionam como
poderosos agentes na manutenção da vida, promovendo o equilíbrio entre o
ácido e o alcalino. Promovem a alcalinidade: cálcio, magnésio, zinco,
ferro, sódio, potássio e manganês. Agem como acidificantes: fósforo,
enxofre, cloro, iodo, bromo, flúor, cobre e silício. Somente o
equilíbrio pode trazer saúde.
Ocorre uma acidose quando houver
diminuição da reserva alcalina do plasma sanguíneo ou excesso de
produção de ácidos, o que traz conseqüências sérias para a saúde. Ocorre
uma alcalose quando houver um aumento da reserva alcalina ou perda
excessiva de ácidos.
O uso excessivo de alimentos acidificantes,
sejam de origem animal ou vegetal, sem a combinação de alimentos
basificantes (neutralizantes), levam a uma acidose, isto é, ao
desequilíbrio ácido-básico.
Na acidose temos: reumatismo, gota,
artrite, diabetes, hepatites, problemas renais, prisão de ventre... Na
verdade, um metabolismo ácido é porta aberta para todas as enfermidades,
inclusive o câncer.
Na alcalose temos: astenia (debilidade nervosa), asma, tetania, epilepsia....
Quando alguém sofre de hiperacidez e desmineralização, não basta
conhecer a relação alimento/saúde. É preciso conhecer os alimentos
quanto ao seu teor ácido/básico (alcalino). Infelizmente, as tabelas por
enquanto conhecidas, apenas se referem às pessoas com sistema
metabólico intacto, são, portanto, completamente inúteis para as pessoas
com problemas ácido/básicos. O efeito ácido ou básico de algum alimento
em nosso organismo, é constatado pelo pH da urina, pois ela elimina o
excesso de acidez ou alcalinidade. Se a refeição for muito ácida, a
urina se torna ácida, mas se for alcalina o pH sobe, indicando
alcalinidade.
Dever-se-ia, pois, supor que os alimentos agem
diretamente sobre o pH da urina tornando-a ácida ou alcalina. Todavia
não é o que acontece. Em certas pessoas sobe o pH e diminui a acidez da
urina ao consumirem alimentos ácidos – exatamente o oposto do processo
teórico, no qual a urina alcalina denota um organismo alcalino e a ácida
indica superacidez no corpo. Essa contradição é devida ao fato de que
um metabolismo alterado administra os ácidos de um modo diferente do que
ocorre num metabolismo sadio.
Quando um metabolismo sadio ingere frutas
ácidas ou suco de limão, os ácidos se oxidam e liberam os minerais
básicos da fruta. Nesse caso as frutas ou o suco tem reação positiva,
produzindo um pH alcalino. No entanto, nas pessoas com metabolismo
alterado os ácidos não oxidam nem se transformam. Continuam no corpo
como ácidos. O pH básico na urina, nesse caso, não provém das frutas mas
da reação que causam provocando alcalinização do pH às custas dos
tecidos do corpo. Esse processo também alcaliniza a urina, mas ocorre às
custas dos minerais do corpo, causando desmineralização.
O
metabolismo de cada pessoa é responsável pela acidificação ou
alcalinização do pH. Por isso, as tabelas alimentares que indicam o pH
(alcalinidade ou acidez) são apenas validas para as pessoas com um
metabolismo perfeito. São exatamente elas que não precisam dessas
listas, visto não terem problemas com o pH.
As pessoas com
metabolismo alterado podem encontrar aqui informações capazes de
influenciar positivamente sua saúde. As tabelas sobre alimentos
acidificantes ou alcalinizantes demonstram esse efeito em cada
organismo. Mas os alimentos classificados como ácidos, ao contrário, só
aumentam a acidez nos organismos com metabolismo alterado, doente
(incapaz de oxidar os ácidos para liberar os álcalis neles contidos).
Nas demais pessoas (com metabolismo perfeito) o efeito é exatamente o
oposto: fornecem elementos básicos e minerais.
Não podemos negar:
também nossos sentimentos, emoções, adrenalina podem afetar o equilíbrio
ácido-básico. Sentimentos de raiva, ciúme, inveja, ódio, cólera,
mentira, gula, preguiça, situações de estresse, pensamentos críticos
(apimentados com recheio de vingança), possuem negativas possuem a
capacidade de alterar o metabolismo e aumentar a acidificação do
organismo. Por outro lado, sentimentos e emoções e serotoninas em
harmonia, revelam um metabolismo com tendência alcalinizante. Cultivar
amizades, compaixão, altruísmo, compreensão, bom humor, o cultivo do
belo e da religião, a vivencia do amor, do positivo, da verdade nutrem a
alcalinidade do nosso sangue.
ALIMENTOS ACIDIFICANTES
–
QUE ACIDIFICAM O SANGUE
Em si, os alimentos acidificantes não contêm ácidos (são alcalinos),
mas produzem substancias ácidas no processo digestivo bem como na
absorção e metabolismo das células. Trata-se de um processo natural e
inevitável que ocorre tanto nas pessoas sensíveis à acidez quanto nas
demais. Estes alimentos são denominados como “acidificantes”. É o caso
das carnes: sua digestão e transformação da albumina (proteína) produz,
irremediavelmente ácidos, sendo o ácido úrico o mais conhecido.
A
maioria dos alimentos acidificantes está na base de nossa nutrição. Não
basta evitá-los porque produzem acidez, pois precisamos equilíbrio. É
preciso limitar seu consumo para que não aconteça um desequilíbrio.
Eis alguns alimentos acidificantes: carnes, peixes, aves, ovos,
lacticínios e derivados (na verdade todos os produtos de origem animal
produzem acidez); toda gordura animal e todos os óleos refinados; os
cereais, mesmo os integrais e produtos feitos com eles; açúcar e doces;
chocolate; leguminosas: feijão, lentilha, grão de bico, ervilha seca;
oleaginosas: nozes, castanha de caju; café; chá preto; cacau;
refrigerantes, todas as bebidas alcoólicas.
ALIMENTOS ÁCIDOS
Os alimentos ácidos contêm muitas substancias ácidas, facilmente
notadas no sabor. Alimentos ácidos podem produzir acidez ou alcalinidade
de acordo com o funcionamento metabólico do consumidor. Pessoas
sensíveis devem ter muito cuidado com esses alimentos, porque se
transformam em ácidos.
ALIMENTOS ÁCIDOS: soros velhos ( iogurte;
coalhada, kefir...); frutas verdes (quanto mais verdes tanto mais
ácidas); frutas ácidas: abacaxi, acerola, kiwi, uva; frutas cítricas:
limão, laranja, bergamota...
hortaliças ácidas: tomate, ruibarbo, agrião;
as maçãs possuem todas ácidos, algumas mais outras menos; chucrute;
mel; vinagre; bebidas doces industrializadas.
Todos estes alimentos
contêm numerosos ácidos e podemos identificá-los pelo sabor ácido.
Contudo a presença do açúcar, em determinados produtos, como o mel,
podem mascarar o sabor ácido. O mesmo acontece com as bebidas
industrializadas que podem ser muito ácidas. Acrescentar açúcar ao suco
de laranja ou limão, não diminui sua acidez, apenas mascara.
O teor
de acidez de uma espécie de fruta varia bastante de um tipo para outro.
O grau de amadurecimento também é importante. Quanto mais verde, tanto
mais ácida. Com o amadurecimento diminui a acidez e aumenta a doçura. As
frutas que amadurecem na planta tem menos acidez do que as amadurecidas
em estufas.
A banana é a única exceção, mas as outras frutas tem
mais ou menos acidez, mesmo quantidades pequenas, se não forem
neutralizadas, causam hiperacidez no organismo.
Os sucos das frutas
geralmente são geralmente mais ácidos do que as próprias frutas.
Primeiro, porque na forma de sucos concentrados se ingere muito mais do
que comendo as frutas. Segundo, porque parte dos minerais permanecem no
bagaço das frutas prensadas. Assim o açúcar que colocamos no suco
mascara a acidez mas contribui na formação de acidez no corpo.
O mel
contem muitos ácidos e, por isso, deve ser usado com moderação. O
aforisma: “um alimento só pode ser avaliado no relacionamento com o
trato digestivo com o qual entra em contato” é especialmente verdadeiro
no que diz respeito ao teor ácido/base. Por isso, na lista dos alimentos
alcalinizantes – o soro, o suco de limão, o tomate etc – não são
incluídos, o que normalmente se faz. Trata-se aqui do caráter ácido do
produto e não do efeito básico que eventualmente ocorre durante o
processo metabólico que neutraliza e elimina a acidez. O problema é que
nem todos os organismos conseguem eliminar adequadamente a acidez. Por
isso, esses alimentos são acidificantes nos organismos com metabolismo
alterado ou doente.
Podemos considerar alguns fatores que influenciam o metabolismo:
1
– A QUANTIDADE CONSUMIDA: quanto maior a quantidade de alimentos ácidos
ou acidificantes que ingerirmos, tanto maior será o aporte de ácidos.
2
– A FREQÜÊNCIA DO CONSUMO: quanto mais vezes consumirmos ácidos, tanto
mais o organismo precisa liberar bases e reservas minerais do corpo para
regular o pH. O corpo consegue neutralizar um eventual consumo de
alimentos muito ácidos, mas repetindo-o seguidamente, ele se esgota
(desmineraliza).
3 – O HORÁRIO DO CONSUMO: como a hiperacidez se
relaciona com perturbação do metabolismo, ou com a capacidade do corpo
em metabolizar determinadas substancias, é preciso saber se isto se
processa pela manhã ou à noite. Com certas pessoas o organismo demora
horas, após o despertar, até que esteja em forma para funcionar
corretamente. Quem come frutas de manhã cedo ou, pior ainda, toma sucos
quando o “motor” ainda não esquentou, sentirá mais trabalho para digerir
esses ácidos do que se as comer de tarde ou noite (antes da chegada do
cansaço – sono). Contrariamente à opinião geral, não é verdade que para
todos é bom um suco de laranja ou limão pela manhã, por causa da
vitamina C (aliás, laranja e limão levam a fama da vitamina C, mas
possuem muito menos que o camu-camu, acerola, caju, goiaba, kiwi,
mamão, morango). Por este motivo é mais fácil eliminar os ácidos no
verão, quando faz calor e há sol, do que no frio do inverno; e são mais
facilmente metabolizados quando estamos calmos e descansados em vez de
estressados ou irritados.
4 – O EQUILIBRIO ÁCID-BÁSICO (pH) NA
ALIMENTAÇÃO: Hipócrates dizia: “Os alimentos e bebidas que ingerimos
regulam os humores do corpo e se equilibram entre si”. Se consumirmos na
mesma refeição alimentos ácidos e alcalinos, eles NE neutralizam entre
si e o corpo não precisa gastar as suas reservas. Por exemplo: a
batatinha neutraliza a albumina de verduras cruas ou cozidas. Mas se
comermos, na mesma refeição ou no mesmo dia dois alimentos ácidos ou
acidificantes eles multiplicam seu efeito acidificante.
ALIMENTOS ALCALINOS OU ALCALINIZANTES
- básicos ou que formam álcalis
Alimentos
alcalinizantes são ricos em elementos básicos (alcalinos) e não contêm
ácidos. Também não produzem acidez na digestão e demais processos
metabólicos. Sempre produzem bases sendo consumidos em pequenas ou
grandes quantidades. Essa propriedade é benéfica para todos, pois se
processa tanto num metabolismo saudável quanto num metabolismo ácido. As
pessoas que sofrem de hiperacidez devem se ater a estes alimentos. É
claro que também podem usar alimentos acidificantes necessários ao
corpo, mas com moderação.
ALIMENTOS ALCALINOS:
Batata inglesa;
verduras verdes: cozidas ou cruas; cenoura; beterraba; banana; amêndoas;
castanha do Pará; água mineral alcalina; dolomita; leite de amêndoas e
castanha do Pará.
NÃO ESQUEÇA:
- ALIMENTOS ACIDIFICANTES são, sempre e para todos, produtos de acidez.
- ALIMENTOS ÁCIDOS acidificam ou alcalinizam de acordo com o metabolismo do consumidor.
- ALIMENTOS ALCALINOS produzem bases (álcalis) em todos os usuários.
A saúde só é possível no equilíbrio ácido-básico. Nossa alimentação é
por demais acidificante, por isso tantos doentes e tantas doenças.